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sábado, 11 de abril de 2009

Feriado na Biblioteca Mario de Andrade.

Ao correr em volta da biblioteca Municipal Mario de Andrade em obras, que fica a poucos minutos do meu conjugado na Santo Amaro, me chamou a atenção - além do estímulo de um céu azul e um tempo fresco para o exercício - o vazio do espaço, com exceção daqueles que ainda trabalham aos sábados de feriado e, principalmente, os desempregados espalhados pelos bancos, como estátuas mal conservadas e, portanto, invisíveis frente a rotina do tempo morto do trabalho... Quase todos os obreiros que trabalham na restauração da biblioteca provavelmente não poderão se utilizar dela: a falta de tempo, a moradia distante do centro, e a industria cultural reproduzindo mais do mesmo, se configuram como regras do cotidiano. Os desempregados apenas esperam, com ou sem a anestesia da cachaça, um milagre seja qual for, mas “o melhor” que o sistema permite para os pobres é o trabalho assalariado formal. Estes podem realizar a compra em prestação de um celular, uma televisão ou computador nas casas Bahia, em troca da sua própria vida entregue às necessidades da firma, da loja, da casa da patroa ou da indústria.

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