histórias, poéticas, memórias: para uma práxis radical.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Universidade de São Paulo

Professores enclausurados na burocracia dos papeis a serem escritos para que os prazos sejam respeitados, bem como a corrida de seus alunos para o inchaço de um currículo lates que permita a sobrevivência na aquisição de uma bolsa incipiente para o mínimo: a alimentação, o pagamento de contas como luz e aluguel. Impossível comprar livros, do mesmo modo copiá-los. Óbvio, se este aluno for uma exceção na estatística, um vencedor saído de alguma escola voltada para reprodução de mão de obra barata (vide escola pública) e não de classe média alta sustentado pelos pais com uma boa mesada para contribuir no pagamento dos seus estudos.
O Pensamento torna-se rarefeito quando a especialidade da especialidade do especialista se restringe a uma discussão útil apenas para os especialistas das especialidades afins. A política universitária permanece restrita às reivindicações de demandas de grupos para um espaço na universidade. Em um país de miseráveis, a maior universidade “pública” do país sobrevoa os miseráveis, pois “o mundo mudou”, dizem muitos intelectuais acadêmicos com suas lentes ajustadas aos novos tempos. O jargão de Thatcher - there is no alternative - é aclimatado ao som de um ritmo bem brasileiro com loas à democracia e ao estado de direito, um velho recurso para manter os pobres em seu devido lugar. A lei deve ser seguida conforme está na constituição, os movimentos sociais buscam realizá-la, e são criminalizados. Entretanto, lá estão os professores, estudantes e funcionários buscando a autonomia de uma universidade pública para formar as elites deste país. A própria universidade pública deve se aproximar dos movimentos sociais organizados e ela, sim, deve ser posta em questão. O pensamento crítico deve levar as últimas conseqüências uma reforma radical da sociedade, como diria os nossos companheiros Adorno e Marcuse e me parece que tal ruptura seria uma ameaça a esta universidade, pois ela teria que ser radicalmente reformulada, para tornar-se de fato pública e popular.

2 comentários:

  1. Clap clap clap!

    Batendo palmas de pé!
    Até parece que foi escrito por um estudante da USP... Serááá???

    ResponderExcluir
  2. Concordo plenamente!
    Infelizmente a universidade se limita a construir o ser humano técnico, padrão. Um simples reprodutor e mantenedor do status quo.
    As mudanças devem ocorrer profundamente nas universidades para a obtenção de um mundo mais justo e solidário.
    Abs,

    Nat

    ResponderExcluir

Seguidores

Quem sou eu

São Paulo, São Paulo, Brazil