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sábado, 11 de julho de 2009

Ao encontrar minha família potiguar

Ao encontrar minha família potiguar - primas e primos, tios e tias - eu me vi em um mundo no qual sou apenas um observador, um escritor de folhetim na Paris do segundo império, em frente às galerias e suas caricaturas na cidade moderna que se iniciava. O tempo longe deles equivale à distância cultural que nos separa. Apesar das diferenças de gostos, valores e hábitos, consegui em tempo vê-los apenas como parte de minha família. Por isso eu, mesmo emocionalmente distante, fui recebido como um membro. A vida cosmopolita na qual estou mergulhado e escondido sob o rosto disforme da multidão, contrasta com a superfície dos olhares atentos dos primos e primas de Natal. A relação permanece distante e as dunas, ainda não re-encontrei. Mas, participei pouco da vida da juventude burguesa da cidade. Boate, música eletrônica, corpos expostos a serem ofertados pelo reino da libido em busca de um objeto-fetiche no mercado alienado do eu. Em busca de Natal, nesta manhã me dirijo à praia de Ponta Negra novamente e não mais sairei deste outro mergulho revelador do que sou, através de um percurso delineado por um outro habitat.

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