histórias, poéticas, memórias: para uma práxis radical.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

como se estivesse só

Como se estivesse só, me encontro neste momento em uma rede azul dada pelo meu pai. As condições financeiras, a necessidade de estar com meu pai, e rever uma família com a qual só estive há 15 anos, foram fundamentais para hoje eu me encontrar nesta rede azul dada pelo meu pai. A experiência que tenho sobre Natal é estruturada como se estivesse revendo uma história que conheço faz muito tempo, mas como se a minha adolescência estivesse plena de dores e brincadeiras imaginárias e a minha vida adulta me levasse a um acerto de contas com a Ponta Negra e o seu Morro do Careca, a Redinha e a Praia dos Artistas. Com uma câmera da memória faço voar personagens - vento terral potiguar que ameniza o inverno quente. Emerge daqui o presente. Uma cidade da periferia do capitalismo brasileiro. Um feijão de dois com os shoppings centers e o arranha céu “paulistano” Rio-Mar por cima do céu da noite, do dançar anárquico das dunas, do som do mar, dos desempregados e trabalhadores incluídos numa máquina de moer. Ingrediente necessário mas muito barato.Os turistas sentados em suas cadeiras alugadas na praia de maré seca. Eu e minha câmera fotográfica ao buscar indícios daquilo que não é outra coisa, senão uma Natal que não é São Paulo.

Um comentário:

  1. Não conhecia seu Blog, filho, e assisti-o escrever este texto natalense. Continue...
    depois. Nada de pressa. Parabéns

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